quinta-feira, 22 de março de 2012

Nem Controlada nem Controladora!

Ilustração de Catarina 7anos
Aproveitando o mês da mulher, segue o seguinte texto.

Terrível mesmo.

Outro dia conversando com minha amiga Jana contando-lhe o "causo" da dominação obsessiva que uma amiguinha de escola (turma de 4 anos)  exercia sobre a minha filha. Ela ficou pensativa, mas por um estalo de preocupação confessou, "a minha sobrinha pode ser do tipo controladora".

Não podemos permitir que nossas filhas sejam controladas ou controladoras. A linha da educação também passa por essa fina percepção das realidades sociais naquele mundinho tão cru.

Minha pequena só podia brincar com a amiga... vamos chamá-la de LaLaLa. Minha filha só podia trocar lanhe com ela. Só podia emprestar lápis de cor e canetinhas pra ela. Só podia fazer parte do grupo dela.

Se minha filha não brincasse exclusivamente com a LaLaLa, seja na hora do intervalo ou do parquinho, a punição era bem clara: -"Não vou mais ser sua amiga!"

O domínio maligno que a possessão exerce sobre uma pessoa, seja ela criança ou adulta, é uma prisão sem grades.

O importante é observar sempre. Esse tipo de sutileza é capturada quase sempre nas entrelinhas das idas e vindas do trajeto escolar, ou na hora daquela mais íntima convivência familiar.

-Ô irmã, não vê que essa LaLaLa não é nem um pouco sua amiga!
- E se ela disser que não vai mais ser sua amiga, diga que você tem muitas outras, completei.
- E se ela te proibir de brincar com outras meninas, diga que você é livre pra brincar com quem quiser.

A dominadora sofre por não possuir plenamente o objeto de sua predileção. Se não for corrigida, será uma adulta possessiva, ciumenta, sufocante, triste por não compreender que o amor verdadeiro não traz o outro cativo desta maneira.

A dominada precisa superar a fragilidade para aprender a ser uma adulta livre, para um dia não ser vítima de relacionamentos mal ajeitados e ser preciso apelar para a Maria da Penha.  Firmeza de atitude. Amplitude nos horizontes.

Nem Controlada nem Controladora!

Por Giulieny Matos, de Brasília

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